Asas de Lata

Diz ser um anjo na Terra, os olhos do Deus Bendito, deixado neste pequeno mundo por outro Anjo de olhar aflito. Apareceu como por encanto, nasceu do nada, terá nascido!? Trava invisíveis batalhas, com um demónio desconhecido…
Espada de madeira em punho, escudo feito de amolgada lata, desfere golpes ao triste acaso, numa demanda incompleta. Arcanjo em luta eterna, trás o céu de encontro à terra, não diz coisa com coisa, é louco em santa guerra, na refrega da batalha, fala uma estranha linguagem, raios de luz em sua volta, dão misticismo à pálida imagem. Poisa a espada e escudo, exausto ao fim do dia, unge os restos da batalha, com gotas de água fria.
E cai a noite no fim da rua, onde já não há mais casas, quatro paus fazem de abrigo, lar feito de velhas tralhas. No vago que resta do dia, uma fogueira repõe o calor, é o descanso do guerreiro, por quem ninguém sente amor.
Mas, esperem aí um momento, que estranho, abre-se o silêncio, formas de muitas criaturas saídas da bruma, atravessaram a ilha à tua procura aqui no teu canto. Todos te olham com infinita ternura, roçam seus corpos no teu de mansinho, dão-te singelo agasalho, em gesto de puro carinho.
Mas eis que chega um humano, que irritado corre comigo como se fosse um judeu, acordo! Era um sonho, e o louco anjo era…eu…


3 comentários:

  1. Que vc tenha uma ótima semana!

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  2. Passei por aqui para te dizer que deixei te um desafio no meu blog e agradecer a tua presença Beijinhos

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  3. Olá Hanah!
    Tenho um desafio para ti no meu blogue, por favor visita-me, para saberes sobre o que é
    Um abraço da Teresa

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