Triste vida corporal

Se houvesse o eterno instante e a ave ficasse
em cada bater d'asas para sempre,
se cada som de flauta, sussurro de samambaia,
mover, sopro e sombra das menores cousas
não fossem a intuição da morte,
salsa que se parte...
os grilos devorados não fossem, no riso da relva,
a mesma certeza de que é leve a nossa carne
e triste a nossa vida corporal,
faríamos do sonho e do amor
não apenas esta renda serena de espera,
mas um sol sobre dunas e limpo mar,
imóvel, alto,
completo, eterno,
e não o pranto humano.

Alberto da Costa Silva

2 comentários:

  1. Este poema está demaissssss hanah!!! vou colocar no meu blog, adorei !

    abraço querida amiga

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  2. Ainda que seja breve, e hora de VIDA!

    Vem, vamos!!!

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